foto Lori de almeida |
Que a sí-mesmo não consiga,
O amante de mulheres tristes,
Esclarecer e revelar.
Ele não chega a notar
Que sua intuição é tão somente
A percepção da debilidade alheia
E os cuidados que lhe urge buscar.
Nem perversidade, nem covardia há,
Quando presta este amante atenção
A um debilitado e outro coração
que fragilizado em sentimentos está.
Uma indevida atração lhe irrompe do espírito à razão / Querá saber onde o medo de sentir / Seu atraente deixou em sí se ocultar / Querá prever quando os traumas / Em seu atraente se irão manifestar / Querá perceber as dores / Aquelas que seu atraente não costuma se queixar.
Uma devida narração - como uma cabida oração -
O amante encontrará em anédotas ligeiras e despretensiosas -
Que tantas outras vidas e livros, particular impressão sabem dar.
Com elas e sem responsabilidade alguma descreverá
A particular dor com a qual seu atraente se reconciliará
Com o mundo, com o conto, com a fantasia:
Com a triste satisfação de se ter atrevido amar.
Porém não me vejo um aspecto elucidar:
Por que insiste este amante em amar
Uma criatura que do amor
Só guarda o rancor?
Amante de mulheres tristes será...
Ou em estórias lhes gosta recrear?
Ou com triste estória pode ele este amor
um pessoal sentido lhes inventar?
Ou para ensinar - com cada uma delas -
Com que maneiras costuma o amor
Sua tragédia dentro de cada um encenar?
Se me atrevo com respostas a estas perguntas que traço,
A outra dúvida abro passo:
Um amante, o amigo melancólico será...
Por que à nostalgia sabe convidar
E se propõe a inesperada solidão compartilhar?
E se dispõe, a necessidade de sua ausência, dissimular?
Antes de ir-se embora enumerará este amante
- diante de sua triste atraente -
Com que descompromissos nos costuma
No meio da estória, o amor, nos abandonar.
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