FOTOAFORISMOS

domingo, 27 de febrero de 2011

así oí Zaratustra - II

“...para cada vício a sociedade promulgará uma lei...e o primeiro direito que garante uma lei é o de submeter-se a ela.”

foto Lori de Almeida
“...somente as coisas que atraem à contemplação podem ser eternas...aquilo que se desmancha no ar... como as palavras... e aquilo que já não existe em lugar nenhum... como a memória...”

“...só existe felicidade na morte daquele que não conheceu sua decadência...”

“...chegará o momento em que se deverá enterrar, e por última vez se desenterrar, os velhos papéis que nos têm à deriva. Decidir-se, para poder olhar sem intenção a nenhum; por última vez não despedir-se de nenhum e começar assim os exercícios de ausência de sentimento e de despedidas. Em alguns deles, sem equívoco, estará apontado algo que se possa prestar como inscrição lapidar que lhes sirva de remédio. Um funeral onde um sobre o outro irão enterrando-se, sobre a leveza enrugada que deixam aos velhos papéis, os anos que carecem de nostalgia. Isto sim: uma inscrição que lhes seja própria, uma capadura de concreto sem contracapa, sem solapa, uma obra só de título...uma lápide...”Visto pela ultima vez.”

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“...a vida não me deu mais opções que vivê-la... como se eu tivesse já nascido dentro dela me submeteu ao diálogo, à reflexão e a reagir no mundo; deu-me o mundo já vivo, pulsante e com fome de mim... minha vitalidade se exige toda nesta tarefa de lhe dar sustento e sentido e de encontrar nele o peso de sua própria existencia.
Como um filho que jamais nos abandona a vida também nos confunde... pois na maioria das vezes recebo quando não dou e dou quando não recebo...quero entregar-lhe o corpo mas não minha alma como no falso amor que rechaça o que é o "compartir os desgostos"... porque o corpo não nos guarda mistérios quando sente dor.

Equivocou-se aquele que disse que no corpo a alma tem seu élan encarcelado...seria mais acertado dizer que nele encontra sua armadura; que é no corpo que o pensamento se protege; que na vida é o corpo quem sai curado e ferido, e que a alma... ela disfruta da convalescência guardando seus ensinamentos e esperanças.
É ela que tem de suportar, diante dos outros, as exigências que lhe faz a consciência e a moral?... A ela lhe foi dado o privilégio de estar por cima de todas estas coisas... Alma luxuriosa é esta que vê o mundo de passagem... Alma luxuriosa é esta que não aceita sua finitude.

Tive alma alguma vez?... Eu que nasci para o mundo? Eu que não tenho mais que um corpo que se reclama cada manhã? Eu que desperto todo dia com a vida já desperta do meu lado? Inteira... repartida... dividida...em gotas ou a solapadas se apresenta diferente e repetidas vezes sem cessar e por todos os lados...até no silencio diviso sua presença e na quietude me afeta a sua ausência. Como corpos no prazer gozamos com nossas semelhanças e na dor nos sacrificamos por diferenças.

A alma não é mais que um relator da vida que goza de livre arbítrio...vive de descrevê-la ...sem censura.”

lunes, 14 de febrero de 2011

asim ouví zaratustra

foto Lori de Almeida
“...para se ter bom sono é preciso estar desperto desde muito cedo...”
“...dorme melhor aquele que prepara sua própria comida...”
“...sempre será mais jovem aquele que esquece o tempo e o espaço...”
“...a alma pode ser imortal, mas também é ela quem nos mata pouco a pouco...”
“...feliz do homem que sabe alimentar sua alma só de pão...”
“...é com o corpo que a alma compra sua imortalidade...”
“...só um corpo saudável pode resistir às perversidades da alma...”
“...o corpo se entrega ou a paixão ou ao vício. A alma aos dois porque os confunde...”
“...não pode servir de exemplo aquele que já nasceu com seu quinhão...”
“...o homem justo não peca contra quem ensina...”
“...quem controla o desejo, se descontrola no gozo...”
“...quanto mais se deprima o indivíduo com a notícia de sua finitude, mais colocará em jogo seu gênio e sua percepção do claro-escuro da própria existência...”
“...morte e tempo estão fundidos no destino dos homens, ainda que uns se entreguem a lutar contra o primeiro e os outros com o último. Não somos mais que estes que lutam ou de um lado ou de outro. Alegria ou tristeza são duas lutas melancólicas...Assim pois morte e tempo fundem pouco a pouco, com seus pesos, o destino humano a poucas páginas...”
“...o homem sábio vive somando seus dias, um ao outro, e não os conta por separado, porque não teme equivocar-se ao contar, mas sim ao juntar...”
“...o homem vitalista é crônico, sofre do seu tempo. Sua memória está repleta de retratos de existencias exemplares. Seu amor é de sensações, é de desejo e não de gozo...”
“...a consciencia de liberdade é triste, dolorosa, amarga e melancólica: sempre imprime desejo e saudade. Uma inclinação a busca de liberdade é uma inclinação ao sacrifício emocional e sensacional. A atrativa imagem de liberdade prosaicamente conhecida é romantica e padece de  pouca literatura...”


lunes, 7 de febrero de 2011

El hombre austero

foto Lori de Almeida
El hombre austero es distinto de los demás y quizás muchos de los que llamamos “grandes hombres” nos sirvan más como ejemplo de austeridad que propiamente de espiritualidad (Ghandi, por hacer referencia a alguien) y es en ella que buscamos las conductas ejemplares que nos dan ánimo y esperanza de cambios en la realidad de nuestro entorno. Es fácil de entenderlo si lo vemos desde la individualidad.
La austeridad denota rasgos de auto control, y esto casi siempre es envidiable porque del punto de vista del individuo el austero se representa como el último entre todos que corre el riesgo de desorientarse, como el ariete de la resistencia cuando el mundo nos bombardea con su multiplicidad de posibilidades. Muchos miden en este mundo de contingencias los límites de su exuberancia de sus expresividades (y muchos dejan allí la suerte de su vida), pero el austero si se desmesura es en el rigor de sus conductas y en lo de llevar su vida a la raja tabla, sacando de ahí la energía necesaria para los quehaceres que le exige el mundo.
Jamas llegarán a entender los austeros el derroche en su sentido estético es verdad, o la dejadez, la decadencia, la opulencia, la exacerbación y la grandilocuencia porque para él hasta las palabras no deben contener más que su propio contenido fáctico. Su único lujo es la paz de conciencia, de una conciencia que le vacíe el espíritu y que le llene la corporeidad de virtudes, para él de nada sirve un espíritu virtuoso si es el cuerpo el que nos remite a la espiritualidad.
Yo que he visto a Zaratustra me convencí de que el espíritu nuestro de cada día viene cargado de culpa ancestral y el cuerpo se ocupará de su paga, y lo hará indefinidamente – como Sísifo o como Prometeo - condenado a vaciar sus energías cada vez que el sol nazca en la labor de su expiación.
Posiblemente a los austeros les legaron estos rumores anti espiritualistas y han aprehendido a reservar sus energías, han sabido entender que cada vez que las malgastamos en la búsqueda de la espiritualidad etérea perdemos poco a poco la conexión con la fortaleza de los factos: la naturaleza, y es igual donde la pongamos, nos ha enseñado que la energía se produce para consumirla, y se la consume para producirla. A esta cadena nos ató la modernidad a través de sus conceptos de productividad y necesidad, la corporeidad que vivimos y es posible que esto sea unos de sus originales contribuciones a la individualidad. Nadie puede dar sentido a su existencia sin producir o sin consumir energía y él que la consuma que la produzca. Gastar y necesitar hacen de la producción no un principio pero un puente que une uno al otro estos dos términos en una binomia. Les hacen funcionar en reciprocidad y sincronicidad. Las actividades y practicas corporales intencionadas (deportes y trabajo por ejemplo) no exigen digresiones de expertos para dejar evidente la fluidez que estos términos encuentran entre sí.
Los austeros se enfrentan a esta binomia, la cuestiona, porque erigen su vitalidad a partir del absentismo que hacen de ella; no consumen y ni gastan, no producen para no derrochar y para no tener que replantear los límites de la existencia fáctica. Una vitalidad que no busca alzar los límites buscará pues otra lucha cotidiana como manera de darse sentido: la de resistir a sus pérdidas. De ahí viene el carácter conservador que el austero imprime en las primeras impresiones que deja, tanto en su vida privada cuanto en su vida pública. No goza de poder, porque no reparte y no expande su personalidad y sus expresividades, como mucho goza de ejemplaridad.