FOTOAFORISMOS

sábado, 30 de agosto de 2014

Quis... o que pude.

foto Lori de Almeida


Quis dar mil a infinitas coisas,
Pude dar o que consegui.

Quis ter outra vida,
Pude ter esta que vivi.

Quis ser homem rico,
Pude ser poeta. 
                           (a Amado Nervo).

martes, 19 de agosto de 2014

Footing transcendental


Andando pela rua e deduzindo
Aquilo que se deduz com tantas cabeças
Em nossa direção indo e vindo:
- É certo! Meu espírito é este mesmo que todos têm,
foto  Lori de Almeida
E habita nele, igual alma que pretende ser
O que não é ninguém.
Ainda assim, pela rua indo e vindo.
Contrário aos que tantas cabeças,
De minha direção, vão deduzindo:
- É pena! Caminha solitário, abandonado, em vai-e-vem.
Nele habita a alma desamparada do viver
No mundo com alguém.

Nem desassistido vai meu ânimo
Nem decepcionado anda meu coração.
Vou com todos: em todas as direções, subindo e caindo.
É certo, meu corpo não seria este que todos veem:
Porém, habita nele u'alma sem algo pretender
Deste mundo, como outros anseiam querer.
Flano assim, entre dias e noites despertando e sonhando
... Em quantos cabeças já buscou minha alma a direção...
Que me corrigisse o espírito ou me fosse induzindo...

 - É óbvio! Pareço único, melancólico sem consolo ou amém.
Um pensamento é o que busco como meu, e
Que contenha o mundo, que meu corpo não contém.

martes, 12 de agosto de 2014

a realidade por filtros... onde está?


onde nasce a cor?
no olho, disse o fotógrafo...
na mão disse o pintor...

onde nasce o amor?
no coração, se feito para mim...
n'outro, se me cresce e lhe dou.

tratamento com filtro digital sobre foto de Gilson Camargo.
onde nasce a dor?
naquilo que nunca mais lhe pedirei...
Naquel'outro que você sonhou ser.

onde nasce o ódio?
n'alma deste que da vida se apartou,
no corpo-daquele sem luz, sem calor.



onde nasce a flor?

no papel em folha,
no coração,
n'alma,
no corpo -
em cada deles, sua cor.





nasce no sonho
em mim e no outro,
quando o ódio,
se faz amor...

                Na terra...
                Mesmo depois
                Da amargura que lhe pisou.