FOTOAFORISMOS

martes, 12 de noviembre de 2019

Anamnese

Tua idade? Não importa.
Ainda te arriscas buscando amor?
Os sonhos? A aventura de estar vivo?


foto Lori de Almeida - Itapoá
Quais planetas te desenham o destino? Não interessa.
Tocaste o coração de tua própria ferida?
Conheceste as traições da vida?
Te resignaste e te cerraste por medo a novas dores?


Onde viveste e quanto dinheiro tens? Não importa…
Conseguiste atender, ainda abatido e machucado,
Tuas necessidades e a de tua gente, na manhã seguinte
À noite de dor e desespero?


O que aprendeste e com quem estudaste? Não importa
Quero saber o que te sustenta por dentro, quando as ruinas te circundam
Se podes estar a sós contigo mesmo desfrutando 
Tua companhia nos momentos de hora morta.


A veracidade do que me contas? Não importa…
Se consegues decepcionar a outro por fidelidade a ti mesmo;
Se suportas ser acusado de traição sem trair tua própria alma;
foto Lori de Almeida
Se és fiel e por isto digno e confiável.


Quem és? Como chegaste aquí? Não interessa.
Consegues estar com a alegria - minha ou tua?
Dançar sem precauções e sem pensar?
Estarás comigo também no meio do fogo?

E não te escaparás?

o primado do amor



foto Lori de Almeida - Urubici.
O primeiro amor
É um primeiro delito,
Se o primeiro beijo,
Nasce às escondidas.
Quando a vontade de um
Encontra no outro o desejo.

O primeiro amor
É um primeiro conflito
Se o primeiro sexo,
Nasce com parcialidade.
Quando da debilidade dum
Nasce noutro a fortaleza.


foto Lori de Almeida
O primeiro amor
É para um coração aflito
Uma primeira crueldade.
Quando ele, com imparcialidade
Dá sem reserva e sem querer
Recebe promessa e esperança.


O primeiro amor
É para acontecer bonito
Um no outro - um reflexo.
Quando nasce vontade
Num de recebendo-dar.
E noutro dar-recebendo.


Amei por delito
Amei por conflito, amei aflito…
Não foi o primeiro
Mas que seja o último, bonito.

Poetando disse o poeta:
Vamos reunir tuas e minhas
foto Lori de Almeida
Nossas tristezas
Quem sabe nelas vivamos
Nossa última beleza.

Vivendo o dois
Das promessas mundanas:
de dar-se amor sem reserva;
que jamais poderemos cumprir.