FOTOAFORISMOS

domingo, 15 de septiembre de 2013

Quando a arte não é espetáculo...


Em que a vida do artista / se mostra exemplar
Que a tantos faça invejar?
Tantos são estes que não podem perceber
Como a fama e o sucesso que lhe imaginam acompanhar
Prescindem da arte para sobreviver? / Que são os filhos do espetáculo?
Sim, se pode ver.
_...
E´certo! ...algum poderá muito contente ou feliz / notoriedade conseguir
Haverá um ou outro que deverá nisto, algum esforço de sua arte depositar,
Porém não é de seu ofício, todo seu sacrifício nele apostar.
_...
foto  Lori de Almeida
Sabe o artista quão ausente de multidão é o ato de criar...
Quando o mundo decide atormentá-lo em privado.
Desamparado, atordoado está... Acossado pela inspiração.
Invadem sua consciência objetos, pensamentos, forma-cor ou som:
Exigem-lhe trabalho em ritmo de obsessão.

Roubam-lhe da vida os minutos ou as horas... em algum caso lhe tomam mais que o ano.
Se às vezes traz a luz, uma parte de si;
Em outras tão só conseguiu, esgotado extrair
Sem isto poder evitar, outro anunciado engano.

Em que a vida do artista se mostra exemplar? Se...

Escassos são os amigos d´alma esta de sensibilidade tão singular / E
Os que possam lhe ajudar quando a inspiração ausência causar.
Sensível será até a irritabilidade ou melancólico será em suas sensações:
foto  Lori de Almeida
Ausente ou solitário consigo - ainda que decida estar em meio a multidões –
Em meio a tantos, se perguntará pelo amigo que
Também tenha uma vida para guardar e de si ensinar;
E que como ele esteja obrigado a ser alma sem par
Com a obrigação de outro mundo, a seu mundo expressar.

Sucesso? Fama? Às vezes é necessário da arte prescindir para algum deles obter.

É do artista apenas esquecer no mundo... para nele se entender e encontrar.
Meter-se sem reservas na realidade
E nela tao somente... poder sonhar.

lunes, 9 de septiembre de 2013

Viagens Melancólicas

Os grandes monumentos e os mais conhecidos já estamos cansados de ver, e creio mesmo que num postal as vezes estará melhor clicado...Aqui busquei detalhes destas distâncias que temos a mania de percorrer os de espírito inquieto e melancólico...

o mestre de si mesmo...?

foto  Lori de Almeida

Mestre, primeiramente se fez, em ter sabido aprender,
Aquilo que outro mestre anteriormente lhe ensinou.
Logo pode entender que é  grande arte  o aprender,
E nela o mundo saber-fazer a existência acontecer.


foto  Lori de Almeida
Não há mistério em aceitar, não há segredo a atender:
Não há “muito”, tampouco existe “menos” no saber;
Não há tempo para o antes e o depois;
O mundo estará pleno, sempre  quando junto a ele
Cada qual deposite seu próprio ofício de aprender.

Mestre, seguidamente se fez, em ter sabido esperar,
Aquele maduro momento de mestre se aceitar.
Logo reconhecer que a grande arte não começa pelo ”ensinar”,
Mas encontrar o que de si, se pode aprender.

Não há enigma a resolver, não há problema a se propor:
Não há o “melhor”, tampouco o “pior” para se conhecer;
Não há distância entre a saída e a chegada;
O mundo será um imenso instante, sempre quando encontremos
 Alguém, que nos proponha nele o tempo perceber.


foto  Lori de Almeida
Mestre, definitivamente se fez, em ter sabido calar,
Não ter oferecido mais, quando mais não se pode ensinar.
Logo se retirar quando não se possa a outro esclarecer,
Encontrar-se em si e dentro de si o mundo iluminar.

Não existe um “fim”, tampouco um ”princípio” para se estender;
Não há vida que sirva de fórmula para vidas já começadas.
O mundo será sempre nosso “privado destino”, ainda que escolhamos
A sorte de alguém representar.

O mestre num dia comum se foi, para num grande dia outro mestre aparecer.
O mundo será sempre este palco de destinos...
Onde a primeira luz um mestre acenderá...

O animal do homem


foto Lori de Almeida

Busca o animal, aquilo que prescindirá,
Logo em seguida de encontrar?
Talvez, em alguns anos, o homem...
Possa de aquele compartilhar algo de natural.
Nada de vice-versa, nem se tergiversa:
Nada de humano há no animal.
Morre melancólico o animal
Chorando o tesouro que perdeu na juventude?
Talvez apenas o homem...
Possa se abandonar, inconsolado sem igual,
Em busca do tempo perdido ou de sua promessa.
Nada de humano há no animal.
foto  Lori de Almeida
Abandonará aquele pássaro à sua fêmea
Se lhe falta força para a juventude guardar?
Talvez apenas o homem...
Ame sem se entregar, incontrolado e anormal.
Sinta dor do amor distante, quando tê-lo junto não lhe interessa.
Nada de humano tem na alma do animal.
Bate de porta em porta o colibri
Anunciando boas novas e da vida o prosperar?
Talvez apenas o homem
Reúna bandos para protestar, festa celebrar ou ritual.
E assim, vive de sua casa distante, prometendo o dia que regressa.
Tudo humano tem uma data especial.
Talvez apenas o animal... Ainda que percorra caminhos sem pressa / Viverá em sua casa sem mais prosperidade, que um céu sobre sua cabeça a cada dia.