Não se cuida do corpo desejando imortalidade.
Este guardião da melancolia – te servirá apenas de
Garantir-te uma sala de recepção, para teu solitário viver.
Emoldurado e eterno, em um retrato,
Com pose de ninguém ver!
Cada pessoa deverá conhecer que...
Decepcionado
voltou para casa Gilgamesh,
Depois de
percorrer o extremo das distancias babilônicas, para ele imagináveis, quando
Buscou saber do
imortal, a formula para a vida eterna cultivar:
- Se a busca, não a encontra;
se a rouba, não a recebe. Com ela se nasce, nada nela se acha e nem se ganha... Disse-lhe ele. Não há
outra façanha!
É preciso, ao menos uma vez, que as pessoas
entendam:
foto Lori de Almeida (autorretrato) |
Ao corpo se mima com os desejos da mortalidade.
Como o anfitrião da sabedoria
A Fome, o frio e calor, o amor, a dor e a sede,
Em cuidadosas doses, a ele oferecer.
Resguardando,
assim solitário, o corpo
Dos excessos, ou de alma lhe abster.
Estas pessoas deverão conhecer que...
De um lado
quer-se para o corpo uma casa: querem-no todos!
E nela seu castelo
edificar, depois de obter da existência o imaginável.
Da sua janela,
contemplar do mundo última obra, ou algo para desejar.
Nesta morada - que,
isenta de sacrifício e dor,
Guarda-lhe de ir,
mais além do que sua imaginação -
Mortificará sua
vida, desejando dela o inatingível,
Insaciando-se do espírito de “bem-estar”.
Se por outro lado... fizer do corpo sua
casa
E nele seu
espírito conformar,
Encontrará o
mortal em sua vida
Muitos detalhes
com quais se aprimorar:
Poder descer ou
escolher saltar, poder correr ou subir;
Com energia
poder do ar, sua vitalidade extrair,
Estando ele na
montanha ou recreando-se em alto mar.
Não lhe impedirá
o rio de adiante seguir,
Não lhe impedirá
a montanha de outra vida conhecer,
Não lhe faltará
energia para um amigo socorrer.
Não lhe faltará
o ânimo para amor dar ou receber.
Não lhe
mortificará a alma se outro futuro lhe acontecer.
Estará vivo...
com força suficiente
Para ter a vida
que lhe foi dada viver.