Hoje, finalmente, sinto-me convalescido após esta primeira intervenção cirúrgica a que me submeti. Talvez já tivesse revigorado as minhas forças há alguns dias passados e apenas meu excesso de cuidado com o corpo me impedía de percebê-lo. Não importa...sinto-me por fim corrigido e descansado deste esforço que toda cura e reabilitação costuma exigir. Sei que hoje são poucos os que escolhem corrigir-se as deficiências. A grande maioria prefere encontrar nas suas limitações novas habilidades e suas múltiplas virtudes imanentes.
foto Lori de Almeida |
A autocirurgia ainda persiste em debates bioéticos, mas eu não faço grêmio com nenhuma das coletividades que exigem sua regulamentação. É um alívio quando na autocirurgia tudo se mantém baixo contrôle e chega a bom término. Isto incrementa o orgulho-próprio de qualquer um. Têm muito mérito, é verdade, as instruções e os instrumentos: são eficientes e seguros em geral, mas é difícil estar tranquilo quando não se tem à mão técnica experimentada em práticas cirúrgicas constantes. Eu a pratiquei tão somente porque não gosto de médicos, clínicas e toda esta gente que vê no defeito uma irregularidade da autopercepção. Não possuo tal irregularidade: sei exatamente quais entre meus identificados defeitos sou responsável por dar-lhes vida, tal como decidi ser. E decido eliminar aqueles, entre eles, que tomaram conta de minha vida.
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